OXFORD SHORES Quero o bem, e quero o mal, e afinal não quero nada. Estou mal deitado sobre a direita, e mal deitado sobre a esquerda E mal deitado sobre a consciência de existir. Estou universalmente mal, metafisicamente mal, Mas o pior é que me dói a cabeça. Isso é mais grave que a significação do universo. Uma vez, ao pé de Oxford, num passeio campestre, Vi erguer-se, de urna curva da estrada, na distância próxima A torre-velha de uma igreja acima de casas da aldeia ou vila. Ficou-me fotográfico esse incidente nulo Como uma dobra transversal escangalhando o vinco das calças. Agora vem a propósito... Da estrada eu previa espiritualidade a essa torre de igreja Que era a fé de todas as eras, e a eficaz caridade. Da vila, quando lá cheguei, a torre da igreja era a torre da igreja, E, ainda por cima, estava ali. É - se feliz na Austrália, desde que lá se não vá.