Uma, duas, três Marias, Tira o pé da noite escura. Se uma Maria é demais, Duas, três, que não seria? Uma é Maria da Graça, Outra é Maria Adelaide: Uma tem o pai pau-d'água, Outra tem o pai alcaide. À terceira é tão distante, Que só vendo por binóculo. Essa é Maria das Neves, Que chora e sofre do fígado! Há mais Marias na terra. Tantas que é um não acabar, — Mais que as estrelas no céu, Mais que as folhas na floresta, Mais que as areias no mar! Por uma saltei de vara. Por outra estudei tupi. Mas a melhor das Marias Foi aquela que eu perdi. Essa foi a Mária Cândida (Mária digam por favor), Minha Maria enfermeira, Tão forte e morreu de gripe, Tão pura e não teve sorte, Maria do meu amor. E depois dessa Maria, Que foi cândida no nome, Cândida no coração; Que em vida foi a das Dores. E hoje é Maria do Céu: Não cantarei mais nenhuma, Que a minha lira estalou, Que a minha lira morreu!