Poesia que explora as maravilhas das viagens, as descobertas e as experiências que elas proporcionam.
2ª Ode E eu era parte de toda a gente que partia. A minha alma era parte do lenço com que aquela rapariga acenava Da janela afastando-se de comboio... O adeus do rapaz de boné claro É dirigi...
Durmo, remoto; sonho, diferente, Meu coração, ansioso e pressuroso, Foi entalado num comboio entre Os dois vagões do meu destino ocioso.
Durmo, remoto; sonho, diferente, Meu coração, ansioso e pressuroso, Foi entalado num comboio entre Os dois vagões do meu destino ocioso.
Quando for a Grande Partida, Quando embarcarmos de vez para fora dos seres e dos sentimentos E no paquete A Morte (que rótulo levarão as nossas malas... Que nome comprazentemente estrangeiro, de...
O verdadeiro poema moderno é a vida sem poemas, E o comboio real e não os versos que o cantam É o ferro dos rails, dos rails quentes, é o ferro das rodas, é o giro real delas. E não os meus poem...
XIX Sai a passeio, mal o dia nasce, Bela, nas simples roupas vaporosas; E mostra às rosas do jardim as rosas Frescas e puras que possui na face. Passa. E todo o jardim, por que ela passe,...
Erguido em negro mármor luzidio, Portas fechadas, num mistério enorme, Numa terra de reis, mudo e sombrio, Sono de lendas um palácio dorme. Torvo, imoto em seu leito, um rio o cinge, E, à lu...
Num recesso da selva ínvia e sombria, Estrelada de flores, vicejante, Onde um rio entre seixos, espumante, Cursando o vale, túrgido, fluía; A coma esparsa, lívido o semblante, Desvairados os...
Agrada à vista e à fantasia agrada Ver-te, através do prisma de diamantes Da chuva, assim ferida e atravessada Do sol pelos venábulos radiantes... Vais e molhas-te, embora os pés levantes: –...
Enquanto a chuva cai, grossa e torrencial, Lá fora; e enquanto, ó bela! A lufada glacial Tamborila a bater nos vidros da janela; Dentro, esse áureo torçal Do cabelo que, rico, em ondas se en...
A loura Julieta enamorada, Triste, lânguida, pálida, abatida, Aparece radiante na sacada Dos raios brancos do luar ferida. Engolfa o olhar na sombra condensada, Perscruta, busca em torno... ...
Alô cotovia! Aonde voaste, Por onde andaste, Que tantas saudades me deixaste? — Andei onde deu o vento. Onde foi meu pensamento. Em sítios, que nunca viste, De um país que nã...
Corrida de ciclistas. Só me recordo de um bambual debruçado no rio. Três anos? Foi em Petrópolis. Procuro mais longe em minhas reminiscências. Quem me dera me lembrar da teta negra d...
Quando na grave solidão do Atlântico Olhavas da amurada do navio O mar já luminoso e já sombrio, Lenau! teu grande espírito romântico Suspirava por ver dentro das ondas Até o álveo...
Juiz de Fora! Juiz de Fora! Guardo entre as minhas recordações Mais amoráveis, mais repousantes Tuas manhãs! Um fundo de chácara na Rua Direita Coberto de trapuerabas... Uma vel...
No Hotel D. Pedro Há uma janela Onde verás A planta bela, Penhor amável De afeto antigo, Mandada ao poeta Que é teu amigo, Que é teu criado, Teu fã também, Agora e na ...
Março. Visita da princesa inglesa. Raivou o calor desabaladamente. Foi culpa mesmo da duquesa, Que é Kent. Fui ao Museu de Arte Moderna, À exposição dos neoconcretos. Motivos po...
Taça d'água parece o lago ameno; Têm os bambus a forma de cabanas, Que as árvores em flor, mais altas, cobrem Com verdejantes tetos. As pontiagudas rochas entre flores, Dos pagodes...
Não há decepções possíveis para um viajante, que apenas vê de passagem o lado belo da natureza humana e não ganha tempo de conhecer-lhe o lado feio.