Versos que exploram a emoção e a adrenalina das aventuras, tanto físicas quanto emocionais.
Busque Amor novas artes, novo engenho Pera matar-me, e novas esquivanças, Que não pode tirar-me as esperanças, Que mal me tirará o que eu não tenho. Olhai de que esperanças me mantenho! Vede...
O tempo acaba o ano, o mês e a hora, A força, a arte, a manha, a fortaleza; O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora; O tempo busca e acaba o onde mora Qualquer in...
Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal Não tem a lividez sinistra da montanha Quando a noite a inunda dum manto sem igual De neve branca e fria onde o luar se banha. No entanto que fogo, que l...
e fala da relação íntima e mística que o mar tem com o ser humano. A poesia de Florbela Espanca é conhecida por ser introspectiva e emotiva
O pavor e a angústia andam dançando... Um sino grita endechas de poentes... Na meia-noite d ́hoje, soluçando, Que presságios sinistros e dolentes!... Tenho medo da noite!... Padre nosso Que es...
Eu trago-te nas mãos o esquecimento Das horas más que tens vivido, amor! E para as tuas chagas o ungüento Com que sarei a minha própria dor. Os meus gestos são ondas de Sorrento... Trago no ...
Diluído numa taça de ouro a arder Toledo é um rubi. E hoje é só nosso! O sol a rir...Viv ́alma...Não esboço Um gesto que me não sinta esvaecer... As tuas mãos tateiam-me a tremer... Meu corp...
A noite empalidece.Alvorecer... Ouve-se mais o gargalhar da fonte... Sobre a cidade muda, o horizonte É uma orquídea estranha a florescer. Há andorinhas prontas a dizer A missa d ́alva, mal ...
Não me digas adeus, ó sombra amiga, Abranda mais o ritmo dos teus passos; Sente o perfume da paixão antiga, Dos nossos bons e cândidos abraços! Sou dona de místicos cansaços, A fantástica e es...
Neste tormento inútil, neste empenho De tornar em silêncio o que em mim canta, Sobem-me roucos brados à garganta Num clamor de loucura que contenho. Ó alma da charneca sacrossanta, Irmã da a...
Horas mortas... Curvada aos pés do monte A planície é um brasido... e, torturadas, As árvores sangrentas, revoltadas, Gritam a Deus a bênção duma fonte! E quando, manhã alta, o sol posponte ...
Eu nunca guardei rebanhos, Mas é como se os guardasse. Minha alma é como um pastor, Conhece o vento e o sol E anda pela mão das Estacões A seguir e a olhar. Toda a paz da Natureza sem gente ...
Há luz no tojo e no brejo Luz no ar e no chão... Há luz em tudo que vejo, Não no meu coração... E quanto mais luz lá fora Quanto mais quente é o dia Mais por contrário chora Minha íntima n...
Há luz no tojo e no brejo Luz no ar e no chão... Há luz em tudo que vejo, Não no meu coração... E quanto mais luz lá fora Quanto mais quente é o dia Mais por contrário chora Minha íntima n...
Há luz no tojo e no brejo Luz no ar e no chão... Há luz em tudo que vejo, Não no meu coração... E quanto mais luz lá fora Quanto mais quente é o dia Mais por contrário chora Minha íntima n...
Há luz no tojo e no brejo Luz no ar e no chão... Há luz em tudo que vejo, Não no meu coração... E quanto mais luz lá fora Quanto mais quente é o dia Mais por contrário chora Minha íntima n...
Há luz no tojo e no brejo Luz no ar e no chão... Há luz em tudo que vejo, Não no meu coração... E quanto mais luz lá fora Quanto mais quente é o dia Mais por contrário chora Minha íntima n...
Tão vago é o vento que parece Que as folhas fremem só por vida. Dorme um calar em que se esquece Em que é que o campo nos convida? Não sei. Anónimo de mim, Não posso erguer uma intenção Do ...
Parece estar calor, mas nasce Subitamente Contra a minha face Uma brisa fresca que se sente. Assim também – poder comparar É que é poesia – A alma sente-se a esperar, Mas não conhece em qu...
Gradual, desde que o calor Teve medo, A brisa ganhou alma, à flor Do arvoredo. Primeiro, os ramos ajeitaram As folhas que há, Depois, cinzentas, oscilaram, E depois já Toda a árvore er...
Aqui neste profundo apartamento Em que, não por lugar, mas mente estou, No claustro de ser eu, neste momento Em que me encontro e sinto-me o que vou, Aqui, agora, rememoro ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento ...
Dois é o prazer: gozar e o gozá-lo. Ao néscio elege o parvo, o sábio ao outro. E o igual fado é diverso. Na taça que ergo, ondeio, e vejo, as bolhas Incluo no que sinto, e ao be...
Cada momento que a um prazer não voto Perco, nem curo se o prazer me é dado; Porque o sonho de um gozo No gozo não é sonho.
Cantos, risos e flores alumiem Nosso mortal destino, Para o ermo ocultar fundo, nocturno De nosso pensamento, Curvado, já em vida, sob a ideia Do plutónico go...
Pequena vida consciente, sempre Da repetida imagem perseguida Do fim inevitável, a cada hora Sentindo-se mudada, E, como Orfeu volvendo à vinda esposa O olhar algoz, para o p...
Se já não torna a eterna primavera Que em sonhos conheci, O que é que o exausto coração espera Do que não tem em si? Se não há mais florir de árvores feitas ...
Quando olho para mim não me percebo. Tenho tanto a mania de sentir Que me extravio às vezes ao sair Das próprias sensações que eu recebo. O ar que respiro, este licor que bebo Pertencem ao m...
O florir do encontro casual Dos que hão sempre de ficar estranhos... O único olhar sem interesse recebido no acaso Da estrangeira rápida... O olhar de interesse da criança trazida pela mão ...
No lugar dos palácios desertos e em ruínas À beira do mar, Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas De quem sabe amar. Qualquer que ele seja, o destino daqueles Que o amor levou Para a somb...
Trago dentro do meu coração, Como num cofre que se não pode fechar de cheio, Todos os lugares onde estive, Todos os portos a que cheguei, Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,...
Não: devagar. Devagar, porque não sei Onde quero ir. Há entre mim e os meus passos Uma divergência instintiva. Há entre quem sou e estou Uma diferença de verbo Que corresponde à realidade. ...
O florir do encontro casual Dos que hão sempre de ficar estranhos... O único olhar sem interesse recebido no acaso Da estrangeira rápida... O olhar de interesse da criança trazida pela mão ...
No lugar dos palácios desertos e em ruínas À beira do mar, Leiamos, sorrindo, os segredos das sinas De quem sabe amar. Qualquer que ele seja, o destino daqueles Que o amor levou Para a somb...
Trago dentro do meu coração, Como num cofre que se não pode fechar de cheio, Todos os lugares onde estive, Todos os portos a que cheguei, Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,...
O florir do encontro casual Dos que hão sempre de ficar estranhos... O único olhar sem interesse recebido no acaso Da estrangeira rápida... O olhar de interesse da criança trazida pela mão ...
AH, UM SONETO... Meu coração é um almirante louco que abandonou a profissão do mar e que vai relembrando pouco a pouco em casa a passear, a passear... No movimento (eu mesmo me desloco ne...
V Há quanto tempo, Portugal, há quanto Vivemos separados! Ah, mas a alma, Esta alma incerta, nunca forte ou calma, Não se distrai de ti, nem bem nem tanto. Sonho, histérico oculto, um vão ...
SAUDAÇÃO Um comboio de criança movido a corda, puxado a cordel Tem mais movimento real do que os nossos versos... Os nossos versos que não têm rodas Os nossos versos que não se deslocam Os n...
Sucata de alma vendida pelo peso do corpo, Se algum guindaste te eleva é para te despejar... Nenhum guindaste te eleva senão para te baixar. Olho analiticamente sem querer, o que romantizo sem...
A coisa estranha e muda em todo o corpo, Que está ali, ebúrnea, no caixão, O corpo humano que não é corpo humano Que ali se cala em todo o ambiente; O cais deserto que ali aguarda o incógnito ...
2ª Ode E eu era parte de toda a gente que partia. A minha alma era parte do lenço com que aquela rapariga acenava Da janela afastando-se de comboio... O adeus do rapaz de boné claro É dirigi...
Nas minhas veias, por onde corre, numa lava de asco A fúria do horror da vida!
SAUDAÇÃO A minha universalite — A ânsia vaga, a alegria absurda, a dor indecifrável Síndroma da doença da Incongruência Final. Curso do êmbolo do dinamismo abstracto Do vácuo dinâmico do m...
Estatelo-me ao comprido em toda a vida E urro em mim a minha ferocidade de viver... Não há gestos de prazer pelo mundo que valham A alegria estupenda de quem não tem outro modo de a exprimir Qu...
Futilidade, irrealidade, (...) estática de toda a arte, Condenação dos artistas a não viver! Ó quem nos dera, Walt, A terceira coisa, a média entre a arte e vida A coisa que sentiste, e não s...
Há tanto tempo que não sou capaz De escrever um poema extenso! Há anos... Perdi a virtude do desenvolvimento rítmico Em que a ideia e a forma, Numa unidade de corpo com alma, Unanimemente s...
No ocaso, sobre Lisboa, no tédio dos dias que passam, Fixo no tédio do dia que passa permanentemente Moro na vigília involuntária como um fecho de porta Que não fecha coisa nenhuma. Meu coração...
VIAGEM Sonhar um sonho é perder outro. Tristonho Fito a ponte pesada e calma... Cada sonho é um existir de outro sonho Ó eterna desterrada em ti própria, ó minha alma! Sinto em meu corpo m...
A PARTIDA E eu o complexo, eu o numeroso, Eu a saturnália de todas as possibilidades, Eu o quebrar do dique de todas as personalizações, Eu o excessivo, eu o sucessivo, eu o (...) Eu o proli...
E quando o leito estiver quase ao pé do tecto E eu olhando para trás, por esta vigia — o quarto todo com os seus armários, E sentindo na alma o movimento da hélice do navio, Verei já tudo ao lon...
Meu coração, mistério batido pelas lonas dos ventos... Bandeira a estralejar desfraldadamente ao alto, Árvore misturada, curvada, sacudida pelo vendaval, Agitada como uma espuma verde pegada a s...
Entremos na morte com alegria! Caramba O ter que vestir fato, o ter que lavar o corpo, O ter que ter razão, semelhanças, maneiras e modos; O ter rins, fígado, pulmões, brônquios, dentes. Coisas...
Aquela falsa e triste semelhança Entre quem julgo ser e quem eu sou. Sou a máscara que volve a ser criança, Mas reconheço, adulto, aonde estou, Isto não é o Carnaval, nem eu. Tenho vontade d...
Há tanto tempo que não sou capaz De escrever um poema extenso! Há anos... Perdi a virtude do desenvolvimento rítmico Em que a ideia e a forma, Numa unidade de corpo com alma, Unanimemente s...
[I] Hela hoho, helahoho! Desfilam diante de mim as civilizações guerreiras... Numa manhã triunfal, Numa longa linha como que pintada em minha alma , Sucessivamente, indeterminad...
Meu coração, mistério batido pelas lonas dos ventos... Bandeira a estralejar desfraldadamente ao alto, Árvore misturada, curvada, sacudida pelo vendaval, Agitada como uma espuma verde pegada a s...
Barcos pesados vindo para as melancólicas sombras Dos grandes olhos incompletos dos arcos das pontes Enormes escaladas medievais dos altos muros do castelo (Luzem como escamas os aços dos elmos ...
Na ampla sala de jantar das tias velhas O relógio tictaqueava o tempo mais devagar. Ah o horror da felicidade que se não conheceu Por se ter conhecido sem se conhecer, O horror do que foi porqu...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento E o ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento E o ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento E o ...
Uma após uma as ondas apressadas Enrolam o seu verde movimento E chiam a alva 'spuma No moreno das praias. Uma após uma as nuvens vagarosas Rasgam o seu redondo movimento E o ...
Dois é o prazer: gozar e o gozá-lo. Ao néscio elege o parvo, o sábio ao outro. E o igual fado é diverso. Na taça que ergo, ondeio, e vejo, as bolhas Incluo no que sinto, e ao beber ...
Cada momento que a um prazer não voto Perco, nem curo se o prazer me é dado; Porque o sonho de um gozo No gozo não é sonho.
Cantos, risos e flores alumiem Nosso mortal destino, Para o ermo ocultar fundo, nocturno De nosso pensamento, Curvado, já em vida, sob a ideia Do plutónico gozo, Cônsc...
Pequena vida consciente, sempre Da repetida imagem perseguida Do fim inevitável, a cada hora Sentindo-se mudada, E, como Orfeu volvendo à vinda esposa O olhar algoz, para o passado erg...
Se já não torna a eterna primavera Que em sonhos conheci, O que é que o exausto coração espera Do que não tem em si? Se não há mais florir de árvores feitas Só de alg...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E alma de sonhos povoada eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: longo...
Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada E triste, e triste e fatigado eu vinha. Tinhas a alma de sonhos povoada, E a alma povoada de sonhos eu tinha... E paramos de súbito na estrada Da vida: lon...
Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego ...
Trazendo uma borboleta, Volta Alfredo para casa. Como é linda! é toda preta, Com listas douradas na asa. Tonta, nas mãos da criança, Batendo as asas, num susto, Quer fuguir, porfia, cansa, ...
Resplandeces e ris, ardes e tumultuas; Na escalada do céu, galgando em fúria o espaço, Sobem do teu tear de praças e de ruas Atlas de ferro, Anteus de pedra e Brontes de aço. Gloriosa! Promet...
Leio-te: — o pranto dos meus olhos rola: — Do seu cabelo o delicado cheiro, Da sua voz o timbre prazenteiro, Tudo do livro sinto que se evola ... Todo o nosso romance: - a doce esmola Do seu...
XXXII Como quisesse livre ser, deixando As paragens natais, espaço em fora, A ave, ao bafejo tépido da aurora, Abriu as asas e partiu cantando. Estranhos climas, longes céus, cortando Nuv...
XXXIII Quando adivinha que vou vê-Ia, e à escada Ouve-me a voz e o meu andar conhece, Fica pálida, assusta-se, estremece, E não sei por que foge envergonhada. Volta depois. À porta, alvoro...
Não há interesse mais vivo, não há atenção mais ansiosa, do que o interesse e a atenção com que, depois de uma longa enfermidade gravíssima, as pessoas que amam o enfermo espiam na sua face, no seu...
Breve momento após comprido dia De incômodos, de penas, de cansaço Inda o corpo a sentir quebrado e lasso, Posso a ti me entregar, doce Poesia. Desta janela aberta, à luz tardia Do luar em c...
Raiava, ao longe, em fogo a lua nova, Lembras-te?... apenas reluzia a medo, Na escuridão crepuscular da alcova O diamante que ardia-te no dedo... Nesse ambiente tépido, enervante, Os meus de...
Ó Marília! Ó Dirceu! Eram dois ninhos Os vossos corações, ninhos de flores; Mas, entre os quais, sentíeis os rigores Lacerantes de incógnitos espinhos; Tremiam, como em flácidos arminhos, Pr...
Agrada à vista e à fantasia agrada Ver-te, através do prisma de diamantes Da chuva, assim ferida e atravessada Do sol pelos venábulos radiantes... Vais e molhas-te, embora os pés levantes: –...
A Olavo Bilac Tu artista, com zelo, Esmerilha e investiga! Níssia, o melhor modelo Vivo, oferece, da beleza antiga. Para esculpi-la, em vão, árduos, no meio De esbraseada arena, Batem-se, qu...
Dos revoltos lençóis sobre o deserto Despejava-se, em ondas silenciosas, O luar dessas noites vaporosas, De seu lânguido cálix todo aberto. Rangia a cama, e deslizavam, perto Alvas, femíneas...
Vai alto o dia. O sola pino ofusca e vibra. O ar é como de forja. A força nova e pura Da vida embriaga e exalta. E eu sinto, fibra a fibra, Avassalar-me o ser a vontade da cura. A ene...
A chuva cai. O ar fica mole... Indistinto... ambarino... gris... E no monótono matiz Da névoa enovelada bole A folhagem como a bailar. Torvelinhai, torrentes do ar! Cantai, ó ...
Eu gosto de delicadeza. Seja nos gestos, nas palavras, nas ações, no jeito de olhar, no dia-a-dia e até no que não é dito com palavras, mas fica no ar...
Como da copa verde uma folha caída Treme e deriva à flor do arroio fugidio, Deixa-te assim também derivar pela vida, Que é como um largo, ondeante e misterioso rio... Até que te surpr...
O que tu chamas tua paixão, E tão-somente curiosidade. E os teus desejos ferventes vão Batendo as asas na irrealidade... Curiosidade sentimental Do seu aroma, da sua pele. Sonha...
Quando na grave solidão do Atlântico Olhavas da amurada do navio O mar já luminoso e já sombrio, Lenau! teu grande espírito romântico Suspirava por ver dentro das ondas Até o álveo...
Torna a meu leito, Colombina! Não procures em outros braços Os requintes em que se afina A volúpia dos meus abraços. Os atletas poderão dar-te O amor próximo das sevícias... Só ...
Eu estava contigo. Os nossos dominós eram negros, e negras eram as nossas máscaras. Íamos, por entre a turba, com solenidade, Bem conscientes do nosso ar lúgubre Tão contrastado pelo senti...
Eu quis um dia, como Schumann, compor Um carnaval todo subjetivo: Um carnaval em que o só motivo Fosse o meu próprio ser interior... Quando o acabei — a diferença que havia! O de S...
Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... Tua beleza, Esmeralda, Acabou me enlouquecendo. Os cavalinhos correndo, E nós, cavalões, comendo... O sol tão claro lá fora, ...
Em Josefina Modos, linguagem, Ar, expressão, Olhos e riso, Riso e sorriso, É tudo imagem Graciosa e fina Do coração.
A thing of beauty is a joy For ever, Keats exprimiu. Mas ele próprio sentiu Quanto essa alegria dói.
Mais te amo, ó poesia, quando A realidade transcendes Em pânico, desvairando Na voz de um Murilo Mendes.
Quanto mede e quanto pesa, Arnaldo, o meu coração? Depende da ocasião: É às vezes bem pequenino E pesa mais do que um sino, Pesa como uma paixão.
I Vejo-a dançando tão leve e linda, Tão linda e leve como nenhuma Não dança, voa como uma pluma Largada ao vento. E quando passa, dançando ainda, Leva consigo meu pensamento. ...
A vida ia tomando forma e cor, rompia... Eu estava tão presa a ti, que não sabia Onde acabava eu e começavas tu. Mas ela mesma, a vida, a borbulhar selvagem No uivo dos animais, no viço...
O sorriso escasso, O riso-sorriso, À risada nunca. (Como quem consigo Traz o sentimento Do madrasto mundo.) Com os braços colados Ao longo do corpo, Vai pela cidade Gra...
A M. Ferreira Guimarães (1863) Dous horizonte fecham nossa vida: Um horizonte, — a saudade Do que não há de voltar; Outro horizonte, — a esperança Dos tempos que hão de chegar...
Eras pálida. E os cabelos, Aéreos, soltos novelos, Sobre as espáduas caíam. .. Os olhos meio-cerrados De volúpia e de ternura Entre lágrimas luziam. .. E os braços entrelaçados,...
Sei de uma criatura antiga e formidável, Que a si mesma devora os membros e as entranhas, Com a sofreguidão da fome insaciável. Habita juntamente os vales e as montanhas; E no mar, qu...
Canto VII II Eis que um sonho, agitando as asas brancas Leve espalha no cérebro do Almada, Como gotas de chuva rara e fina, Um pó sutil de mágicas patranhas. Sonha. .. Em que...
O coração é a região do inesperado.