Não a ti, mas aos teus, odeio, Cristo. Tu não és mais que um deus a mais no eterno Pantéon que preside À nossa vida incerta. Nem maior nem menor que os novos deuses, Tua sombria forma dolorida Trouxe algo que faltava Ao número dos divos. Por isso reina a par de outros no Olimpo, Ou pela triste terra se quiseres Vai enxugar o pranto Dos humanos que sofrem. Não venham, porém, estultos teus cultores Em teu nome vedar o eterno culto Das presenças maiores E parceiras da tua. A esses, sim, do âmago eu odeio Do crente peito, e a esses eu não sigo, Supersticiosos leigos Na ciência dos deuses. Ah, aumentai, não combatendo nunca. Enriquecei o Olimpo, aos deuses dando Cada vez maior força Plo número maior. Basta os males que o Fado as Parcas fez Por seu intuito natural fazerem. Nós homens nos façamos Unidos pelos deuses.