A. Caeiro
Jovem morreste, porque regressaste,
Ó deus inconsciente, onde teus pares
De após Cronos te esperam
Ressuscitados deles.
Antes de ti já era a Natureza,
Mas não a alma de compreendê-la.
Deu-te o deus o instinto
Com que sentir as cousas.
Os deuses imortais reconduziste
À humana visão obscurecida
(...)
(...)
Sós ficamos, mas não abandonados,
Porque a obra, que deixaste, és tu ainda
Qual luz à extinta estrela
Póstuma a terra alaga.
Por seu os deuses contam quem
E com teu nome a divindade prestas
De ser eterna à pátria
Odisseia cidade
Igual des ti às sete que contendem,
Cidades por Homero, ou alcaica Lesbos,
Ou heptápila Tebas
Ogígia mãe de Píndaro.