imagem alusiva a II - Dói viver, nada sou que valha ser.

II - Dói viver, nada sou que valha ser.

poemi.com logo

PoetMi.com

Este poema de Fernando Pessoa expressa uma profunda melancolia e um sentimento de insignificância perante a vida. O eu lírico reflete sobre a dor de existir e a sensação de que nada do que é ou faz tem valor. Através de metáforas e imagens poéticas, o poema transmite a ideia de um exílio interior e a fugacidade das experiências humanas.

II - Dói viver, nada sou que valha ser.

Um Poema de Fernando Pessoa

II


Dói viver, nada sou que valha ser.

Tardo-me porque penso e tudo rui.

Tento saber, porque tentar é ser.

Longe de isto ser tudo, tudo flui.


Mágoa que, indiferente, faz viver.

Névoa que, diferente, em tudo influi.

O exílio nada do que foi sequer

Ilude, fixa, dá, faz ou possui.


Assim, nocturna, a áreas indecisas,

O prelúdio perdido traz à mente

O que das ilhas mortas foi só brisas,


E o que a memória análoga dedica

Ao sonho, e onde, lua na corrente,

Não passa o sonho e a água inútil fica.

No poetmi desde 2022-10-07 01:37:27

Fernando Pessoa in Poesias Inéditas


Avatar do autor do poema

Fernando Pessoa

Escritor, Poeta e Filósofo Fernando Pessoa deixou-nos inúmeros poemas e reflexões tanto em seu nome como nos de seu heterônimos.

Poemas relacionados com II - Dói viver, nada sou que valha ser. de Fernando Pessoa:

A parte do indolente é a abstracta vida. de Fernando Pessoa

Pequeno é o espaço que de nós separa de Ricardo Reis

Pequena vida consciente, sempre de Ricardo Reis

Sou vil, sou reles, como toda a gente de Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço — de Álvaro de Campos

E o esplendor dos mapas de Álvaro de Campos

E o esplendor dos mapas de Álvaro de Campos

E o esplendor dos mapas de Álvaro de Campos

Minha imaginação é um Arco de Triunfo. de Álvaro de Campos

PASSAGEM DAS HORAS [c] de Álvaro de Campos

O horror sórdido do que, a sós consigo, de Álvaro de Campos

Meu pobre amigo, não tenho compaixão que te dar. de Álvaro de Campos

Pequeno é o espaço que de nós separa de Ricardo Reis

Pequena vida consciente, sempre de Ricardo Reis

Esquecer é uma necessidade. A de Joaquim Maria Machado de Assis