imagem alusiva a II - Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

II - Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

poemi.com logo

PoetMi.com

Este poema de Álvaro de Campos reflete sobre a busca incessante do conhecimento e da compreensão do universo. O eu lírico está sentado no cais, sem compreender mais do que quando está de pé. Questiona-se sobre a necessidade de compreender tudo e observa a passagem da água do rio, assim como a sua própria passagem pela vida. O poema sugere uma reflexão sobre a complexidade do universo e a futilidade de tentar desvendá-lo completamente. Recomenda-se a leitura deste poema em momentos de contemplação e reflexão sobre o sentido da existência.

II - Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

Um Poema de Álvaro de Campos

II


Deuses, forças, almas de ciência ou fé,

Eh! Tanta explicação que nada explica!

Estou sentado no cais, numa barrica,

E não compreendo mais do que de pé.


Porque o havia de compreender?

Pois sim, mas também porque o não havia?

Água do rio, correndo suja e fria,

Eu passo como tu, sem mais valer...


Ó universo, novelo emaranhado,

Que paciência de dedos de quem pensa

Em outra coisa te põe separado?


Deixa de ser novelo o que nos fica...

A que brincar? Ao amor?, à indiferença?

Por mim, só me levanto da barrica.

No poetmi desde 2022-10-01 01:36:54

Álvaro de Campos in Poesias de Álvaro de Campos


Avatar do autor do poema

Álvaro de Campos

O Poeta Álvaro de Campos é um dos mais importantes heterônimos de Fernando Pessoa.

Poemas relacionados com II - Deuses, forças, almas de ciência ou fé, de Álvaro de Campos:

A água da chuva desce a ladeira. de Fernando Pessoa

Toda a visão da crença se acompanha, de Ricardo Reis

Sem impaciência. de Álvaro de Campos

Sem impaciência. de Álvaro de Campos

ODE MARCIAL [b] de Álvaro de Campos

Toda a visão da crença se acompanha, de Ricardo Reis

Improviso de Manuel Bandeira

Desafio de Manuel Bandeira

Trata de saborear a vida; de Joaquim Maria Machado de Assis