Duas horas e meia da madrugada. Acordo e adormeço.
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Este poema de Álvaro de Campos retrata um momento de transição entre o sono e a vigília, onde o eu lírico desperta e adormece repetidamente. O poeta questiona a necessidade de reconhecermos e homenagearmos o sol por sua luz, enquanto não fazemos o mesmo com aqueles que são heróis em suas próprias vidas. O eu lírico afirma que dorme e acorda com a mesma razão, existindo apenas no intervalo entre esses dois estados. No momento em que desperta, o poeta percebe a vastidão do mundo ao seu redor, uma grande noite que abarca tudo.
Este poema pode ser partilhado em momentos de reflexão sobre a dualidade entre o sono e a vigília, sobre a importância de reconhecermos as pequenas grandezas do quotidiano e sobre a nossa própria existência. Pode ser lido e apreciado tanto individualmente, para uma introspeção pessoal, como em conversas filosóficas com amigos próximos.
Duas horas e meia da madrugada. Acordo e adormeço.
Um Poema
de Álvaro de Campos
Duas horas e meia da madrugada. Acordo e adormeço.
Houve em mim um momento de vida diferente entre sono e sono.
Se ninguém condecora o sol por dar luz,
Para que condecoram quem é herói?
Durmo com a mesma razão com que acordo
E é no intervalo que existo
Nesse momento em que acordei, dei por todo o mundo —
Uma grande noite incluindo tudo
Só para fora
No poetmi desde 2022-10-07 01:37:27
Álvaro de Campos
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Poesias de Álvaro de Campos