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Dualismo

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Este poema de Olavo Bilac, intitulado "Dualismo", retrata a dualidade presente na natureza humana. O eu lírico descreve o ser humano como triste e humano, oscilando entre o bem e o mal, entre crenças e desilusões. O poema sugere que somos capazes de horrores e ações sublimes, nunca satisfeitos com as virtudes nem arrependidos dos crimes. No peito do ser humano reside um demônio que ruge e um deus que chora. Este poema pode ser lido ou partilhado em momentos de reflexão sobre a complexidade da condição humana.

Dualismo

Um Poema de Olavo Bilac

Não és bom, nem és mau: és triste e humano...

Vives ansiando, em maldições e preces,

Como se, a arder, no coração tivesses

O tumulto e o clamor de um largo oceano.


Pobre, no bem como no mal, padeces;

E, rolando num vórtice vesano,

Oscilas entre a crença e o desengano,

Entre esperanças e desinteresses.


Capaz de horrores e de ações sublimes,

Não ficas das virtudes satisfeito,

Nem te arrependes, infeliz, dos crimes:


E, no perpétuo ideal que te devora,

Residem juntamente no teu peito

Um demônio que ruge e um deus que chora.


Publicado no livro Tarde (1919).


In: BILAC, Olavo. Poesias. Posfácio R. Magalhães Júnior. Rio de Janeiro: Ediouro, 197

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Olavo Bilac

Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac foi um jornalista e poeta brasileiro, com Alberto de Oliveira e Raimundo correia formou a famosa Trindade Parnasiana.

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