Kennst du das Land, wo die Citronen bluhen, Im dunkeln Laub die Gold-Orangen gluhen? Kennst du es wohl? — Dahin, dahin! Mocht' ich.... ziehn. GOETHE Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Coimbra, julho de 1843. Publicado no livro Primeiros Cantos (1846). Poema integrante da série Poesias Americanas. In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959. v.1 NOTA: A epígrafe é uma citação, com cortes, da primeira estrofe da balada "Mignon": Conheces o país onde florescem as laranjeiras?/ Ardem na escura fronde os frutos de ouro.../ Conhecê-lo?/ Para lá, para lá,/ quisera eu ir! (Trad. Manuel Bandeira