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Bocas roxas de vinho

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Este poema de Ricardo Reis, intitulado "Bocas roxas de vinho", retrata uma cena de intimidade e contemplação. Através de imagens sensoriais, o poeta descreve bocas manchadas de vinho, testas brancas sob rosas e antebraços nus sobre a mesa. O quadro que se forma é de silêncio e eternidade, inscritos na consciência dos deuses. Reis contrasta essa visão com a vida mundana, cheia de poeira e agitação. A mensagem final sugere que apenas os deuses podem socorrer aqueles que desejam fluir com o rio das coisas, em vez de se prenderem às preocupações terrenas.

Bocas roxas de vinho

Um Poema de Ricardo Reis

Bocas roxas de vinho


Testas brancas sob rosas,


Nus, brancos antebraços


Deixados sobre a mesa:



Tal seja, Lídia, o quadro


Em que fiquemos, mudos,


Eternamente inscritos


Na consciência dos deuses.



Antes isto que a vida


Como os homens a vivem,


Cheia da negra poeira


Que erguem das estradas.



Só os deuses socorrem


Com seu exemplo aqueles


Que nada mais pretendem


Que ir no rio das coisas.




28/08/1915

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Ricardo Reis in Odes de Ricardo Reis


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Ricardo Reis

Ricardo Reis, um dos diversos heterônimos do escritor português Fernando Pessoa.

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