Antes de ti era a Mãe Terra scrava Das trevas súperas que da alma nascem E caem sobre o mundo Porque atrás o sol brilha. A realidade ao mundo devolveste Que haviam os cristãos fechado na alma E as portas reabriste Por onde Aurora o carro Ou Febo guie e os dois irmãos celestes Quando no extremo mastro à noite luzem, Mais valem que um luzeiro Na ponta de um pau seco. Restituíste a Terra à Terra. E agora És parte corporal da própria terra, Ou sombra (...) Erras nas sombras frias, Mas ao ouvir-te os passos com que auroras Do abismo os íncolas as tristes fontes Erguem e sentem deuses Caminhar pela sombra. E eis que de nova luz o abismo se enche E um céu raia a cobrir o absorto fundo Da fama misterioso Que traga o fim da vida. 07/11/1918