A morte — esse pior que tem por força que acontecer; Esse cair para o fundo do poço sem fundo; Esse escurecer universal para dentro; Esse apocalipse da consciência <sub>, </sub> com a queda de todas as estrelas — Isso que será meu um dia, Um dia pertíssimo, pertíssimo, Pinta de negro todas as minhas sensações, E é areia sem corpo escorrendo-me por entre os dedos O pensamento e a vida. A gare no deserto, deserta; O intérprete mudo; O boneco humano sem olhos nem boca Embandeirado a fogo-fátuo Num mar que é só puro espaço Sob um céu sacudido por relâmpagos pretos... Sinistra singre, roída de vermes audíveis a quilha sentiente E sejam os mastros dedos de âmbar, longuíssimos, Apontando o vácuo das coisas (que é o abismo em tudo)... As velas de um reposteiro vermelho lindo e baço Se abram ao vento soprando de um buraco enorme sem fim, E comecem, fora do tempo, uma viagem ao fim de tudo. Estica um horror consciente no gemer dos cabos... O ruído do ranger da madeira é dentro da alma... O avanço velocíssimo é uma coisa que falta... E se a vida é horizontal, isto dá-se verticalmente...